Em 16 de fevereiro de 2021 por Jana Coimbra
Querendo ou não, em 2021, os carangolenses contabilizaram seu segundo ano consecutivo sem carnaval. Em 2020, uma avassaladora enchente acabou com a festa e, esse ano, essa cruel Pandenia da COVID-19 se encarregou do mesmo.
Por motivo de força maior, a Prefeitura não teve outra alternativa que não fosse a de baixar um Decreto proibindo a folia na Avenida do Samba e pelos quatro cantos da cidade. Com certeza, uma decisão um tanto quanto difícil de se tomar, especialmente quando um prefeito tem pela frente um povo, “literalmente”, apaixonado pelo Carnaval, como é o caso dos carangolenses.
Mas enfim, ainda não foi dessa vez que se caiu na folia “dobrado”, para descontar o ano passado quando ninguém foi para a avenida também… Mas nada impede, por exemplo, que um carnaval fora de época ainda pinte por aí… Por que não? O tempo se encarregará.
Fato é que, de liso, o carnaval também não passou por aqui. A Prefeitura se enfeitou, retratando a alegria espontânea de seu povo e decorou o Saguão Principal para receber seus munícipes e convidados em clima de carnaval e agradou a muita gente.
A decoração fica até essa próxima sexta-feira, dia 19. E vale a pena ser conferida de perto. O artista plástico, Paulo Cezar do Amaral, mais conhecido como Cesinha, foi o responsável pela decoração. Ele reuniu cores das tradicionais Agremiações Carnavalescas de Carangola, expondo algumas “mulinhas” e camisas originais de Blocos da cidade, fantasias e estandartes.
Cesinha pertence à Escola de Samba do Coroado, que faz parte da A.E.S.C/Associação das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Carangola, fundada em 2018 e presidida por Sandra Fonseca de Oliveira, que contribuiu com várias de suas alegorias e decorou a Exposição “A Princesinha da Zona da Mata revivendo grandes carnavais”, organizada pela Secretaria Municipal de Cultura.
Ele retratou e registrou ali, no Saguão, a história dos foliões carangolenses e o espírito carnavalesco que faz parte da tradição da cidade, que tão bem soube reverenciar esse “Decreto Emergencial”, ainda que, com o “coração de folião na mão”.