Em 30 de agosto de 2015 por Jana Coimbra
– O passado é a única realidade que temos e contá-lo é trazer à memória recordações de fatos, lugares, pessoas e experiências vividas. Exercitar a memória é, sem dúvida, a capacidade de lembrar-se de um passado, às vezes, não tão distante assim, porém muito marcante em nossas vidas, isto é, o que temos dentro de nós – as marcas do tempo.
– Dizem alguns que os anos vêm sem ruído algum, silenciosos, dissimulados e sorrateiramente. E como o “saudosismo saudável” está solto no ar, ter lembranças de um tempo que não volta mais, tornou-se uma homenagem, até poética, aos acontecimentos registrados, uns bons e outros nem tanto, mas que se sobressaíram em nossa caminhada. Pensando assim, surgiu essa crônica com múltiplas e variadas comemorações que estão se sucedendo em 2015, no global e entre nós carangolenses, provocando um autêntico exercício de leitura, memória visual e auditiva.
– Nascer e fazer 100, 90, 70, 50 ou 25 anos, não importa, ou melhor, importa e muito! Que o digam: Olga Carneiro Silveira (102); Ondina Gomes de Souza (102); Amaro Bento Vaz (100); Zenith da Cunha (92); João Carlos Camargo de Oliveira (70 com almoço no CTC) e Jana Lourenço Coimbra (25 comemorados na fazenda da família). Registra-se também a chegada anunciada para breve do bebê de Fernanda e Gustavo, para alegria dos avós Eloisa Valente e Danilo Loschi, que já estão curtindo a presença do neto recém-chegado, Gabriel, filho de Eduarda e Rafael. Sônia e Marcos Andrade, comemorando 40 anos de casamento, no Rio de Janeiro e Christina Pereira, os 50 anos de formatura no Colégio Sacre Coeur de Marie (Ubá/MG).
– 2015 – O ano em que a população brasileira tomou consciência da maior onda de corrupção dos 500 anos da história do país, onde uma “Operação Lava Jato” tenta, há meses, colocar pingos nos “is”. Conseguirá ?
… Enquanto isso, respeitáveis Instituições carangolenses celebram também suas conquistas que fazem parte integrante da história da cidade: Diocese de Caratinga (100); Grupo Escolar Melo Viana (90); Lira 21 de Abril (90) Carangola Tênis Clube (61); Centro de Difusão Cultural Padre Paschoal Rangel (50).
– Assim como a Empresa Barbosa e Marques que hoje se inclui entre as 14 mil empresas brasileiras das quais apenas 149 estão, há pelo menos 100 anos, nas mãos do mesmo dono desde a sua fundação. A comemoração do centenário da Barbosa e Marques, em Carangola, culminou com um almoço de confraternização que reuniu no Salão Nobre do CTC, num ambiente descontraído, alegre e agradável, ex-funcionários e familiares para serem devidamente homenageados. Tudo sob o comando da “decana” Maria Helena Esteves Martins, de seus filhos Luiz Fernando e Eládio e de Humberto Esteves Marques, atual superintendente da Barbosa e Marques. Um evento para se comemorar uma grande história de sucessivas vitórias.
– Vale registrar também “os 44 anos” de conclusão de minha turma de atiradores do serviço militar no TG/068 e os “57 anos” anos de formando no Ginásio Carangolense (bons e saudosos tempos…); “30 anos” de Rock in Rio ( o bom e o velho rock’n’roll); “50 anos” do corte de relações diplomáticas entre EEUU e Cuba; “50 anos” da Jovem Guarda (com seu hit devastador “quero que vá tudo pro inferno”); “50 anos” da Bossa Nova (marcou para sempre a história da MPB); “os 53 anos“, em que o Brasil sagrou-se bi campeão mundial de futebo, diferentemente de agora, que completamos um ano da vergonhosa derrota de 7 x 1 para a Alemanha; “56 anos” que despediu-se de nós Dolores Duram (a noite do meu bem); “61 anos” do suicídio do presidente Getúlio Vargas e que Marta Rocha, a eterna Miss Brasil, perdeu o título de Miss Universo, por duas polegadas a mais; “70 anos” do fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945); “70 anos” de Gonzaguinha (Brasil, mostra a sua cara); “70 anos” de Raul Seixas (eu prefiro ser essa metamorfose ambulante); “80 anos” de Geraldo Vandré (pra não dizer que não falei de flores); “80 anos” de Elvis Presley (com ele tudo mudou); “84 anos” faria James Jean (o mito); “90 anos” de O GLOBO (não deixem o jornal impresso acabar – e o Jornal da Cidade precisa voltar a circular) e “100 anos” que faria Carequinha, o mais famoso palhaço do Brasil (“tá certo ou não tá?”).
– Comemoração à parte e sem maiores comentários, os “35 anos” de fundação do PT (registrados com situações extremamente surpreendentes e constrangedoras).
– Finalizando tal “passeio histórico”, cito aqui dois fatos que deram inspiração e origem para essa crônica: Estádio Municipal Roseny Soares e Exposição Agropecuária e Industrial de Carangola.
– Haja, portanto, motivação inspiradora para descrever com realismo e paixão o que representa para nós, carangolenses e adotados, o Estádio Municipal – nosso gigante esportivo ou arena futebolística e social como queiram. Inaugurado, oficialmente, há 74 anos (21.09.41) receberia mais tarde o nome em homenagem a Roseny Soares – um desportista da cidade e hoje, um patrimônio nosso, local que abriga gratas lembranças, olhadas e observadas “com açúcar e com afeto” – arquibancadas, gradil, arborização, iluminação e seu precioso gramado, um autêntico tapete verde. Tudo ali exala um perfume saudosista, pois além de abrigar o esporte, abrigou também durante muitos anos, nossa festa maior, as Exposições Agropecuárias – a primeira realizada há 70 anos, 12 de agosto de 1945 (Efemérides Carangolenses/Rogério Carelli).
– Nossas Exposições são consideradas, incontestavelmente, o “encontro de carangolenses ausentes e presentes”, que transforma o recinto num grande salão a céu aberto. A festa maior da nossa cidade e do nosso povo, que não sabemos como, exerce um fascínio total sobre nós e que, somente quem daqui é, adotado ou não, sabe exprimir e demonstrar tal efeito.
– Estádio e Exposição formam, portanto, uma forte e saudável parceria ou simbiose, pois, estão, como gêmeas, ligadas por fortes sentimentos.
– O passado, portanto, existe, e se nos traz boas recordações por que ignorá-lo?
– Como tudo, porém, não é somente de recordações felizes, registro com pesar o luto em que nossa tradicional sociedade foi acometida com os falecimentos de Pedro de Oliveira Filho (Pedrinho) em Ariquemes/Rondônia – um homem incomum; de Homero Pereira Junior (Homerinho), em Carangola/MG – super querido, amado, alegre, de excelente humor, festeiro e festivo. Tudo super. E de Dalva Noves de Azevedo – uma Mestra exemplar. Nossos sentimentos.
Até mais ver”