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Crônicas

Se a vida começasse agora… Ludimila Beviláqua

Em 3 de outubro de 2011 por Ludimila Beviláqua

O cronista é um leitor do cotidiano, sendo assim, cumprindo minha leitura semanal, não posso deixar de falar do Rock in Rio. Para começo de conversa eu não fui. Nem neste,nem nos outros.

 

Minha história com esse tema, começa em 1985. Com 15 anos, morava em Alvorada, distrito de Carangola. Uma veia de asfalto vista com muito desdém por aqueles que não conhecem suas histórias. Vista também com desdém por autoridades que nunca pararam para ouvir aquele povo e suas mais emergenciais necessidades. Mas isso me rende assunto para uma outra crônica, portanto, como conheço e respeito o exercício da escrita, vou guardar energia e palavras.

 

Na ocasião, passei as primeiras noites da primeira edição do festival chorando a impossibilidade de estar lá. As outras, passei lutando com uma antena externa de TV que girava ao sabor do vento e fazia o solo da guitarra parecer um motor de fusca. Quanto à antena interna (sim,eram duas), equilibrava em sua ponta um bolinho de Bombril submetido à impossível tarefa de melhorar a imagem. Se você tem mais de 40 anos, vai me entender! Se tem bem menos, vai agradecer a existência na era digital.

 

Claro que eu queria ir e não pude. Claro que eu queria tudo e claro que eu achava que podia tudo! Meu quarto era ocupado pelos posters das bandas que pela primeira vez se apresentavam no Brasil. Eu não estava lá, mas a Legião Urbana também não estava e isso me trazia um certo conforto. Mas o que fazer com os Paralamas? Com o Queen, Scorpions, Yes? Com o Cazuza? O que fazer com a minha inquietude adolescente?

 

Claro que eu queria ir e não pude. Claro que eu cantava as canções como hinos. Claro que eu achava que o mundo seria nosso de vez. Claro que eu não queria parar de sonhar.

 

Vi o lamaçal virando lenda, o Ozzy com a camisa do Flamengo, a emoção do James Taylor. Vi com encantamento o espaço intitulado Cidade do Rock e ouvia com orgulho que ali foi construído o maior palco do mundo. Virei gente grande levando comigo o romantismo do primeiro festival. O tenho ainda hoje. Mas não quero fazer discurso saudosista dizendo que nada será como antes. Hoje não é antes.

 

Confesso que estou me divertindo bem mais que aos 15 confortavelmente com o controle remoto na mão (importantíssimo), uma imagem de cinema e o descompromisso de mudar o mundo sozinha!

 

Claro que eu poderia ter ido, e não fui. Claro que me decepciono com muito do que ouço e vejo. Claro que arrepio quando ouço a musiquinha de abertura e ao ver a música do Renato Russo entoada na história. Claro que vibrei com os dinossauros do rock: Titãs,Paralamas, Capital. Foi bonito Stevie Wonder apresentar Garota de Ipanema para muitos brasileiros que ali estavam.

 

Muito ainda vamos ler e ouvir sobre o Rock in Rio. Eu pretendo parar por aqui. Deixo para meu filho, que romantiza o rock assim como aquela menina que brigava com a antena da TV e leva consigo o melhor daquela cena: o amor pela música e a esperança de que sim, podemos fazer o mundo melhor, pois ele é nosso, de vez.

 

 

            Ludimila Beviláqua Fernandes Terra

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    lucia scardini

    1 de novembro de 2011

    Concordo em gênero, número e grau com o Amaro quando ele compara você com BOMBRIL MIL E UMA UTILIDADES. Você é tudo isso e muito mais . Admiro sua maneira de usar as palavras e concatenar as ideias.Quanto ao ROCK IN RIO não sou muito ligada mas gosto de algumas bandas, principalmente as NOSSAS BRASILEIRAS, não por serem brasileiras, mas porque são realmente boas Beijos da sua sogra preferida. Também li sua crônica DIA DE MÃE. Que lindo e que inveja boooa! Parabéns para a filha e principalmente parabéns para essa mãe tão merecidamente amada, a Nene.

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    Eliana Arruda Mattos

    6 de outubro de 2011

    Adorei! E como você eu também não fui ao Rock in Rio e recordo muito bem da TV, que na tentativa de melhorar a imagem colocávamos o rolinho de bom bril, e não faz tanto tempo assim.

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    Fátima

    6 de outubro de 2011

    Ludi, querida, suas lembranças da primeira edição do rock in Rio me fizeram ter coragem de dizer que eu, fã absoluta do Queen, gravei o show todo em fita cassete e segurando o microfone perto da tv. Depois eu ficava ouvindo o show “ao vivo” e me emocionando (sempre me emociono ouvindo Queen). Nossa!… Como voltei no tempo agora!… Excelente crônica! Parabéns! Ih! Me emocionei de novo! Beijão pra vc e pro Heitor, quem sabe, protagonista de muitos rocks que virão.

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    Shirleia

    6 de outubro de 2011

    Comaaaaadre, sabia q não ía deixar passar em branco, sabia tb q viria coisa muito boa, e veio!!!!!!!
    Parabéns!!!!!!! Excelente!!! Adooorei!!! Show tê-la tb como cronista!!!!! bjs

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    marcos

    6 de outubro de 2011

    Parabens pelo texto muito bem redigido e com toda propriedade , relatou uma realidade que existiu na vida de muitas pessoas,show de bola! (Marcos-DF)

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    Felipe Fernandes

    6 de outubro de 2011

    Ah, Ludi!! Tenho isso dentro de mim, essa vontade de ter o mundo de vez. Nessa edição, estava eu lá! Morrendo de gritar e pular, e me emocionei muito na abertura do espetáculo que terminava dizendo: Rock in Rio, unindo gerações!
    Aaaaaaaah, e aqui em meu humilde lar, ainda temos bombril na TV!!! HAHAHA

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    Elaine

    5 de outubro de 2011

    1985. Parece muito e tao pouco tempo.
    Plagiando a nossa amiga, eu tambem
    gostaria de ter escrito essa cronica, ou
    melhor, de certa forma escrevemos todas
    Juntas: aquelas que foram e aquelas que nao foram
    ao Rock in Rio. Eram os nossos idolos e sonhos que estavam la, mesmo que enlamacados.
    Era a nossa adolescencia, rebelde e criativa que fazia
    parte daquele grande evento. Eram os nossos sonhos. Era a nossa vida que comecava AGORA! Salve as suas memorias. O seu texto de certa forma, conversou com o meu.Dividimos o tempo e hoje dividimos o que
    ficou de bom.

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    Rafaela

    5 de outubro de 2011

    É incrível como me encontrei em suas palavras. Tudo bem que sou uma dessas que posso agradecer pela era digital, mas confesso que passei meus finais de semana vendo os shows, me divertindo com essa possibilidade confortável, mas querendo estar lá, vivendo cada um dos momentos que marcaram as últimas semanas… Tia Ludi você é um dos meus maiores orgulhos e uma das mais ricas inspirações… Obrigada por despertar a curiosidade pela escrita e por incentivar sempre o gosto pela Música (de verdade).

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    Lulu

    5 de outubro de 2011

    Tia Ludi depois de ler sua crônica eu me reconheci querendo ir, mas sem poder. Vi todos os shows na tv ou no yotube, e curti muuuito! Em 2013 vou me preparar pra poder ver tudo de pertinho!

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    Sandra

    5 de outubro de 2011

    Ludi, veja que interessante… teclava com você e disse que se fosse escritora queria escrever como você ou a Hélen. Voltei ao Jccarangola e não é que deparei com o comentário da Hélen? (recado pra você Hélen: amei seu poema???? VIDE BULA). Pra você Ludi, tenho a dizer que qualquer coisa que escreva acho lindo. Finjo ser a cronista. Parabéns não só pelo que escreveu agora. Parabéns por tudo que já escreveu e que tenho certeza vai escrever ainda. Beijos.

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    Hélen Queiroz

    5 de outubro de 2011

    Comadreeeeeeeeee,

    Vc é incrível!!! Eu adoraria ter escrito esta crônica!!! Maravilha!!!
    ÔÔÔÔÔÔ…Rock in Rio…Eu tbm não fui!!!
    Bj bj

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    THAIS XAVIER

    4 de outubro de 2011

    Parabéns pela excelente crônica!!!

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    Geórgia Campos

    4 de outubro de 2011

    Ah, parece até que posso te ver brigando com o pedacinho de Bombril, para parar na pontinha da antena!!…kkk…Ludi, nostalgia pura…belos dias aqueles…boas tardes na Alvorada….passeios de moto, cabelos ao vento…(quando o capacete era só pra quem fazia cross)…banhos de cachoeira….e música….muita música…além dos cachorrinhos….Nina Haggen….Mick Jagger…Freddie Mercury, e Cyndi Lauper. Como bem disse, aqueles eram tempos de música pura. Éramos embalados, sempre, em qualquer situação. Beijo grande, amiga cronista.

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    Ana Beatriz

    4 de outubro de 2011

    Mais uma partitura encantadora…
    Combinação e composição das palavras numa harmonia desconcertante.

  • usuario

    Nubinha

    4 de outubro de 2011

    Você como sempre enchendo nossos olhos com uma boa leitura, é prazeroso ler seus textos tão bem escritos e desenvolvidos.Pessoa vc é 10!!!!!!!!!!! Te adoro e continue escrevendo assim para aprendermos + e +, bjks!

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    Amaro Vaz Filho

    3 de outubro de 2011

    Ludimila & Cia,

    Além de cronista a menina é minha amiga e como estou, como a Ludi, para poucas palavras, limito-me à mesma TV citada na crônica e relembro, não o show da primeira edição do Rock in Rio, mas as MIL E UMA UTILIDADES DO BOMBRIL. Por quê?
    Porque Ludimila é mais de mil e um talentos…Ludimila é mil e uma opções de excelente leitura…Ludimila é mil e uma vezes fantástica…Ludimila é mil e uma vezes linda como pessoa, como gente. Quem não parou pra ouvir sua maravilhosa prosa, estará, neste momento, sentidno-se nostálgico, como ela se sente em relação ao primeiro Rock in Rio, na sua linda crônica.

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    Merchid Millen

    3 de outubro de 2011

    Na veia Ludimila. Compartilho o romantismo em relação ao festival e o apreço pelo conforto do sofá, do home-theater, do Multishow e – muito bem colocado – pelo controle remoto que andou sendo muitíssimo necessário em certos momentos desta boa edição do RIR. Parabéns pela excelente crônica!

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