Em 26 de março de 2012 por Jana Coimbra
Foi com muita alegria que recebi o convite de Jana Coimbra pra ser uma das colaboradoras do Jornal da Cidade. Um desafio conseguir escrever algo relevante e uma responsabilidade, dado o nível dos meus colegas colunistas. Mas vamos lá, a vida é mesmo um risco.
Como estreia temo não trazer nenhuma novidade, “apenas” a boa e velha “saudade de Carangola”, aquela que o João Francisco tão bem retratou em sua canção homônima. O assunto é batido, mas impossível ser original em se tratando de saudade. E só quem está fora sabe, compreende a profundeza desse sentimento. Hoje eu sei.
Penso que homens não são árvores, não nascem fincados na terra, têm pernas, por isso podem e devem correr mundo, pra crescer, conhecer, caminhar, ver outras gentes. De minha parte sempre fui destemida, mas minha ousadia acabava logo ali no Rio de Janeiro, cidade que acolhe centenas de carangolenses amigos, por isso, apesar da distância, um sofrimento menor, eu diria.
Há dois anos e meio saí de Carangola pra morar no sul de Minas Gerais, região bacana, bonita, de clima agradável, tudo de bom. Mas, longe. Allan perguntava: longe de quê? Só havia uma resposta: longe de Carangola. E olha que nem era tão longe assim, comparado a outros lugares. Foi quando experimentei esse incômodo e ininterrupto sentimento de saudade dessa cidade. Saudade do meu lugar, da minha mãe, dos meus amigos. Estava feliz? Sim. Vivendo a vida que escolhi. Mas tinha saudade. Fazer o quê? A gente é assim. Pensava, pra amenizar existe a internet. Ledo engano. Essa só faz aumentar, ver o que você está perdendo. “O que os olhos não veem o coração não sente”. Logo, aquela festa, aquele encontro, aquele show, aquele carnaval, o Tá Quem Guenta, o Bão Dimais, ganhavam proporções imensuráveis vistos de longe. A certeza que se tem é que o mundo é mais feliz lá, e só a gente não está presente.
Hoje estou mais próxima a Carangola, meu parâmetro de distância no mundo. Moramos na simpática cidade da Campanha. Cidade que soma 274 anos de história, repleta de casarões coloniais, arquitetura que eu adoro. Sua gente é hospitaleira, agradável e me lembra muito a de nossa Carangola, acho que é por isso que me sinto mais em casa. E isso me faz lembrar da canção de Dominguinhos e Manduka, “Amigos a gente encontra/O mundo não é só aqui/Repare naquela estrada/Que distância nos levará./ As coisas que tenho aqui/Na certa terei por lá…”
A gente acaba por se adaptar às mudanças. Faz-se novos amigos e segue a vida. Mas, confesso, é um exercício diário ser feliz diferente, longe, de outro modo. Não é exagero, os ausentes sabem. Além disso, há uma coisa que nunca vai mudar nesta vida: amigos de infância leva uma vida inteira pra se fazer. É só disso que tenho saudade.
Rita de Cássia Ferreira de Oliveira Almeida
Elaine Azevedo
26 de março de 2012
Seja bem-vinda! Essa saudade boa que sentimos da nossa casa, da nossa cidade e das pessoas que amamos é sinal que tudo valeu e vale a pena. Mostra o quanto somos felizes no nosso lugar. Vivemos, trabalhamos, temos novos amigos, mas a nossa base está lá, rodeada pelas montanhas, muitos quilômetros distantes de nós. Fiquei com mais saudade de tudo!
Elaine Azevedo
26 de março de 2012
Seja bem-vinda! Essa saudade boa que sentimos da nossa casa, da nossa cidade e das pessoas que amamos é sinal que tudo valeu e vale a pena. Mostra o quanto somos felizes no nosso lugar. Vivemos, trabalhamos, temos novos amigos, mas a nossa base está lá, rodeada pelas montanhas, muitos quilômetros distantes de nós. Fiquei com mais saudade de tudo!