A manhã do sábado, véspera do 21 de abril, dia histórico para nós mineiros, registrou algo de novo e surpreendente em meio ao marasmo que reina absoluto na cidade. Uma equipe, intitulada “Amigos de Carangola” dava um novo visual ao belo casarão da família João Nolasco, localizado na rua Dr. Olímpio Teixeira, próximo ao Posto Marechal. Um tom rosa seco, meio que indefinido, arrojado, feminino, agradável, bonito, envolvente e de bom gosto coloriu o tradicional casarão, ganhando todas as atenções e admiração de quem passava de carro ou a pé.

A autoria do colorido novo do velho casarão é do “Projeto Amigos de Carangola”, assinado pelo carangolense Rubens Lourenço de Lima Neto, filho de Rubens e Carminha Campos e neto do saudoso Wilson Campos.  Um Projeto que, tomara Deus, tenha chegado para ficar, porque é tudo de bom! Porque é exatamente o olhar acolhedor, apaixonado e transformador que Carangola esperava há tanto tempo de seus filhos…  Um Projeto interessado, exclusivamente, em dar vida nova a um belo e importante patrimônio histórico e cultural adormecido no tempo, esquecido e desvalorizado.

A proposta do jovem Rubens Lourenço é reunir um grupo de carangolenses voluntários, dispostos a formar uma equipe de prestação de serviço gratuita, e pintar casarões e casinhas por toda a cidade, de cores bem coloridas e transformar o visual da cidade. E o que é mais curioso: as tintas são “legitimamente históricas” – o próprio Rubens as prepara: terra, cola e água. Superinteressante, não?

Mas voltando ao “novo e surpreendente” do início do texto, bem perto dali, do casarão que estava sendo restaurado, um outro casarão construído em 1928, estava sendo demolido e, sofridamente, registrado pelas lentes do “JC online”.  O florão, cravado no alto da casa, com a data da construção, transposta, inevitavelmente, a viagens através do tempo, estabelecidas pelos próprios moradores vizinhos, que são testemunhas vivas da demolição e das histórias de cada uma das famílias que por ali passaram/viveram – Sr. Silvério Rafael, Sra. Emília de Caldas Bacelar, Sr. Manoel Fabricante e Júlia, Sr. Deny e Sibyl Poubel,  a família Aarão, o promotor Dr. Otávio, Sr. Francisco Fraga Vieira de Barros (Piquitito), Sr. Pedro Penzuti, o Bar Amarelinho …

O selo na porta do bar, em letras garrafais, traduz, exatamente, tudo o que as lentes do “JC online” gostariam de retratar: que o casarão estivesse PROTEGIDO, de fato, contra as especulações imobiliárias. Afinal, é uma construção de 1928 que sobreviveu até então, junto a grande maioria dos casarões de Carangola, construídos em 1925 e apenas um em 1924, localizado na Rua Marechal Deodoro.

Olhando de outro ângulo, na esquina ao lado, as lentes registraram o imponente casarão, relíquia do patrimônio arquitetônico de Carangola, que assiste também, impassível, a demolição, esperando, quem sabe, quando chegará a sua vez…

Tomara que nunca!!! E que várias gerações de lentes do “JC Online” estejam sempre por perto, perpetuando essa sensibilidade entre os carangolenses e torcendo para que os “Amigos de Carangola” se unam e se fortaleçam cada vez mais. SEJAM BEM-VINDOS, AMIGOS!!! Que vocês se transformem em uma verdadeira “Tropa de Elite” na defesa do Patrimônio Arquitetônico Cultural de Carangola, enquanto há tempo… E boa sorte!!! Contem com o “JC Online”!!!

E QUE A DATA do início do Projeto, 21 de abril, tenha o mesmo significado e determinação para os carangolenses que tiveram para Tiradentes…