Em 23 de junho de 2021 por Jana Coimbra
“No gosto pelo belo te refinas,
este teu Tênis Clube na verdade,
tudo tem de soberbo e de empolgante”
(de Dr. Paulo Japiassu para Jonas Esteves Marques)
– O MÊS DE JULHO para nós carangolenses, sempre surgia com sabor de festa, abraços e sorrisos francos, lembranças poéticas e “causos” a serem respectivamente contados e participados, “com açúcar e com afeto”. Mês de férias, Exposição e Semana do “Tênis Clube”, numa interminável celebração à amizade e ao reencontro com amigos. Expectativas e energia em dose dupla. Assim aconteceram por muitos anos, deixando marcas do que foram em nossas vidas. O CTC, objeto central das “minhas escritas” de hoje, do qual tem óbvias e gratificantes afinidades, me reconduz a esse labirinto saudável de sucessos, realizações e aprendizados. Clube que completa 67 anos, admirado e respeitado em nossa cidade pela sua história e serviços prestados. História essa que teve início com a sua fundação pelas mãos do gentleman, Carlos Hugo de Lima como primeiro presidente (1947 1951), e sua inauguração em 1954 pelo self-made-man, Jonas Esteves Marques, em noite considerada única para a história social e política de Carangola. Isto, porque tal noite constituiu-se de um fascínio, requinte e elegância dígnos de publicação na Revista da Semana (Rio) tem 28.08.54, com o seguinte texto: “A Elegância Carangolense Desfilou num Palácio Encantado“. E continuava na 06 páginas seguintes: … “uma festa de luzes e cores… noite memorável em que sociedade carangolense mostrou virtudes de verdadeira elite“.
– DE FATO, uma noite de gala, “premiérie” de outras que viriam, porém “única” diante do acontecimento e presenças ilustres dos ex-presidentes da República, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves (Governador de MG e Ministro de Estado à época). Noite em Black-tie, de belos e suntuosos “toilettes”, “smoking”, “Summer”, “Scoth” e política implicitamente, embalada pelo som magestoso da Orquestra Tabajara (Rio), regida pelo maestro Severino Araújo, naquele ambiente clássico e requintado, decorado pela Casa Nunes (Rio). Um serviço de bar/restaurante que se tornaria verdadeira escola/aprendizado de boas maneiras entregues, como herança, à sociedade carangolense. Fato incontestável. Noite emblemática inaugurando o magestoso Carangola Tênis Clube, sendo, portanto, positivo que se faça de tempos em tempos, tal referência, reverência e recapitulação da coragem, abnegação aliados à cultura, esporte estética e arte, além de notável sociabilidade.
“Assim pois, tudo passa nesta vida
neste palco de riscos e de dores”
(Lourival Boechat Filho)
– PORTANTO, PARA AGUÇAR sua memória, comentários e considerações, aqui vão alguns registros fotográficos de festas Black-tie, a Rigor ou de Gala, como queira, promovidos no “Tênis Clube” nos seus 10 anos seguintes à inauguração. Geralmente elas aconteciam nos meses de Julho (aniversário do Clube) e dezembro (Réveillon). Como a intenção de hoje aqui é homenageá-lo, outros “registros” merecem ser feitos, por serem considerados “marcantes” aos olhos de cada um, entre carangolenses saudosistas e habitués do Clube, relembrar fatos, casos, objetos e, evidentemente, pessoas. É o caso do Tião, Sr. Adauto, Belarmino, D. Adélia, Jurandir, Zezinho e Tobinha. Outros, do canto das Araras e Arapongas, da Boccia, da placa “Seja bem-vindo ao CTC” em vários idiomas. (observação de Lander Pichamoni Filho); da pavimentação externa (referência da Roseane Ferreira); das dancinhas ao som da long-play na “eletrola” (Peppino di Capri – Françoise Hardy – Chris Montez e etc); do Sino que controlava os horários da piscina e do Rancho Alegre (peça fundamental nas lembranças do Cláudio Moysés), que recebeu, inclusive, versos do Dr. Paulo Japiassú:
“O Rancho Alegre continua,
Do Tênis Clube a beleza,
Quem vem triste lá da rua,
Na porta deixa a tristeza”.
– ENFIM, essas, outras e muito mais, tenho certeza, fazem parte do imaginário de várias gerações saudosistas. Um vasto e rico material fotográfico dos primeiros anos de atividade do CTC existe e pertence ao amigo e ex-companheiro do “clubinho”, José Cláudio Valadão, hoje residente em Governador Valadares/MG. Dois registros merecem também destaque: a visita de Itamar Franco ao CTC formando assim um tripé de ex-presidentes da República que lá estiveram. Outro destaque vai para a inauguração da Quadra de Tênis, pretendida em seu estatuto, no mesmo dia 18 de Julho (2004), recebendo o nome de “Lauro Gentil“, sócio-fundador e benemérito.
– HOMENAGENS ESPECIAIS e merecidas aos ex-presidentes que doaram seu tempo, energia e a tolerância que o cargo exige: São eles: Carlos Hugo de Lima (1947-1951) – Jonas Esteves Marques (1951-1970) – Fioravante Padula Neto (1971-1972) – Francisco Imbeloni Júnior (1972-1974) – Jorge Tannus Chein (1974-1976) – Altacyr Dias Guimarães (1976- 1978) – Gustavo Adolfo M. de Melo (1978-1985) – Alberto Salim Abdo (1985-1990) – Fernando Quintão Hosken Filho (1990-1992) – Paulo César Belúzio (1992-1994) – Marcelo Paes Barreto Hosken (1994-1996) – Ismael Rodrigues da Silva (2008-2011) – Sílvio de Paula Pereira (2011-2012) e Pedro Paulo Dittz de Drummond (2012 até a atualidade) e ao eficiente quadro de funcionários do “Carangola Tênis Clube, casa que abriga nossos sonhos, nossas saudades” (Lauricy Belletti Rodrigues) da qual tive a honra de presidir de 1996 a 2008.
– O MUNDO MUDOU, irreversível e continuamente, realidade da qual temos que adaptar e conviver, sem, no entanto, abandonar ou ignorar, conceitos básicos de convivência, considerando a história que nossos antecessores escreveram.
“Fale de sua aldeia e estará falando do mundo todo”
Programa festividades CTC em 1956
1954 – JK discursando sob as atenções de Vera Thomé, Tancredo Neves, Herondina Marques, Jonas Marques, Regina Maura Marques e Dr. Djalma Pereira da Silva
1954 – Dr. Átila Ramos Brandão no comando de grande mesa com familiares e amigos
1954 – Réveillon: Michel Kamil, Mª Emília Hosken, Lolinho Magalhães, Ítala Grizotti, Hélio Viana (?), Paulo Emílio Pinto, Romero Soares, Alzira de Oliveira (?), Fernando Graça, Maria Ignês Paes Barreto, Moacir Lima, Maurício Hosken, Mª Célia Hosken, Renan Pessoa Moreira (?) – Sentados – Maurício Azevedo, Leila Nassar, Francisco Lyra (?), Alcinéia Guimarães, Lúcia Hosken e Alô Bello
Anos 60 – Réveillon CTC
1954 – D.Ivone e Dr. Dejalme Pereira da Silva e a sobrinha Mª Eugenia Guimarães França
1956 – Aniversário CTC – Dr. Vasco Lauria da Fonseca, Humberto Gomes (1º secretário), Dr. Fernando Quintão Hosken (diretor médico) e Jonas Esteves Marques (presidente)
1954 – João Bello de Oliveria Filho e D. Zenith na inauguração do CTC
1957 – Réveillon: Lander Alves Pichamoni, Maria Helena Oliveira e Maurício de Souza Azevedo
Anos 60 – Réiveillon: Terezinha Conceição Silva
1963 – Primeiro Baile de Debutantes do CTC – Fernando Quintão Hosken (vice-presidente), Jonas Esteves Marques (presidente), Cristovão de Souza (tesourerio) e Murilo Roberto Pereira (diretor social) e as Debutantes: Martha Silva, Maria Lígia Latorre, Maria José Franklin, Rejane Motta, Rosa Maria Pio de Abreu, Zuleika Tironi, Fernanda Pedrosa, Mª Luiza Marques, Ana Lúcia Boechat, Sigrid Hosken e Olívia Oliveira
1063 – Os Diretores Sociais, Claúdio Murilo Souza Machado e Murilo Roberto Pereira e as Debutantes
1954 – Recital Artístico: Brandão (?), Humberto Gomes, Jonas Marques, Funchal Garcia, Dr. Massilon Rezende, José Branco Junior, Dr. José Garcia de Freitas e Dr. Osmar Vasconcellos. No palco: Paulo Salerno, Maria Pinheiro, Mª do Carmo M. Brandão, Orita Pinheiro, Maria Helena Guimarães Silva, Andréa Vasconcellos, Regina Maura Marques, Sheila Silva Brasileiro, Marisa Rezende, Maria Emília Freitas, Dr. Dajalma Pereira da Silva, Gianinni Boscoli e Manoel Paiva.
– “Nenhum palco, nenhum cenário, nenhum arranjo artístico poderiam calar mais profundamente no meu espírito e no meu coração, ao findar desta festa, do que estas luzes, do que estas construções, do que essas calçadas rejuntadas sob minhas vistas e sob os meus cuidados, com a intenção de fazê-las para o maior engrandecimento de minha Terra”.
Jonas Esteves Marques
– Nota do Colunista: Perdoe-me o fato de ser “terrivelmente” saudosista ou “comprovadamente” CRINGE.
“Até mais ver”
Murilo Roberto Pereira
Nilma Lamego
14 de julho de 2021
Show the matéria e fotos como sempre, Murilo. O seu carinho, desperta em nós uma explosão de saudades. A vida é muito curta para perder tempo com modismos, tipo “cringe”. Passear pelo passado é uma das melhores viagens da vida. Obrigada por nos proporcionar essa alegria, com tanto carinho. Um beijo
Maria Inês
1 de julho de 2021
Show! Amei ver a foto da “Tia” Teresinha, que linda! Foi minha professora no Lelena de Oliveira na época que a minha mãe era diretora. Saudades!🙏🏻🙏🏻
José Pedrosa
30 de junho de 2021
Parabéns meu eterno presidente não vivi aqui nesta época, mas me emociono cada vez que leio sua coluna..
Francisco jose Brandão
28 de junho de 2021
Parabéns Murilo tocou fundo meu coração obrigado.
SHEYLA DA SILVA BRASILEIRO
28 de junho de 2021
Adorei ver estas fotos. Lembranças lindas dos áureos tempos de Carangola!
João Hipólito
28 de junho de 2021
Muito bom recordar este passado feliz. Parabéns aos idealizadores pois nosso CTC sempre foi nosso orgulho.
Joao Valadao
25 de junho de 2021
Excelente post! Belas recordações e elegância de sobra!
Parabéns, Murilo!
ewerton
24 de junho de 2021
Parabéns Murilo sempre dedicado a nossa Carangola.
Maria Emilia Hosken
24 de junho de 2021
Amei a reportangem do CTC.Eu estava presente em todos esses acontecimentos..Amei cada recordação
Nilma Lamego
23 de junho de 2021
Parabéns Murilo! A sua sensibilidade, saudosismo e carinho pela história da cidade, sempre me emociona. Aguardo sempre a chegada da sua coluna. Você é uma pessoa muito agradável.Vida longa para você e Cristina. Obrigada pela nota, na coluna passada, citando a minha pessoa, meu pai e os ônibus. Um forte abraço para você e Cristina, de quem o admira. Você é o autêntico cidadão carangolense. Tim-tim!🥂