Em 20 de outubro de 2010 por Jana Coimbra
O mês de outubro leva-me a pensar nos professores que tive. Gosto de relembrar a infância, quando, no dia 15, levava flores ou um presentinho singelo para minhas professoras preferidas do primário no Grupo Escolar Benedito Valadares. Tia Aninha Azevedo foi, sem dúvida, a primeira a me encantar. Divertida, bonita, carinhosa e ótima professora! Ensinava com afeto.
Nos anos de “Estadual”, vieram outras também encantadoras. Maria Helena Guimarães, a Lelena, uma das responsáveis por eu ter escolhido graduar-me em História; fascinava-me ouvi-la contando sobre suas viagens ao velho mundo. Elizabeth de Deus Ziguinago: esta me fez amar a língua materna e desejar entendê-la cada vez mais. E a Erzeli; a única que me fez compreender alguma coisa de matemática nessa vida.
No magistério, ou curso normal, tive a Lauricy Belletti; professora que me concedeu pistas para trilhar as veredas do grande sertão que é a literatura brasileira. E também a Vera Valadão, que me fez compreender como se teceu a política brasileira na primeira metade do século XX. Ela também me influenciou na escolha do curso de História na FAFILE, onde fui aluna da Maria Cristina Robert Boechat, a Tida; outra excelente e inesquecível professora de História do Brasil.
Atualmente, cursando mestrado em Educação na UFRJ, encontro, entre outras cariocas, uma professora maravilhosa com raízes carangolenses: Doutora Ludmila Thomé Andrade, neta da lendária carangolense Dona Elza Thomé.
Enfim, nesse mês de outubro, além de relembrar e saudar minhas ex e atuais professoras e também minhas companheiras de profissão, rogo para que o futuro governante do país, seja ele ou ela, invista seriamente nesse profissional que, historicamente, além de muito mal pago, não tem apoio legítimo e consistente de nenhuma esfera do poder. Ainda que sindicalizados, ainda que liderem greves por salários mais justos, ainda que invistam em sua formação inicial e continuada, ainda que reivindiquem melhores condições de trabalho e lutem por melhores condições de ensino, ainda que assistam seus alunos com afeto e atenção, esse profissional a quem chamam de educador, não tem vez e voz merecidas nesse país enaltecido por ser uma das maiores democracias do mundo.
É preciso refletir sobre a amplitude dessa palavra de origem grega. Democracia é sim o governo do povo para o povo, mas para que esse povo seja, de fato, capaz de escolher seus governantes com lucidez e sensatez, é imprescindível investir pesado na Educação. Disso todos já sabemos, políticos ou não, politizados ou não. Aliás, é ponto fortemente defendido nas campanhas eleitorais. Mas como fazê-lo de forma verdadeira e eficaz? Como garantir aos brasileiros ensino de qualidade e excelência?
Não é possível responder à perguntas tão densas com uma única resposta, porém é “claroevidentelógico” que a valorização do profissional da Educação é uma questão chave no processo de democratização do saber.
Defendo sim essa classe, pois orgulho-me da profissão que escolhi aos 15 anos e, desde então, exerço com seriedade e alegria. Orgulho-me de, há mais de duas décadas, contribuir para o processo de aprendizagem de tantas crianças e jovens em vários lugares desse país, onde ainda, infelizmente, há tanta desigualdade no tocante ao capital cultural; conceito cunhado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu a respeito da importância da cultura na formação do sujeito.
Torço para que, nesse mês – que é dos professores, das crianças e também de eleições presidenciais – , o nosso país consiga eleger alguém que contribua para a democratização do tão sonhado capital cultural; dessa maneira, possivelmente, os brasileiros se tornarão “herdeiros” do conhecimento, bem maior que um país pode deixar a seus filhos.
Hélen Queiroz
poeta, professora
e mestranda em Educação pela UFRJ
VERA VALADÃO
28 de janeiro de 2011
Querida Hélen, fiquei muito feliz em tomar conhecimento que deixei algumas marcas na sua vida, com certeza positivas, não é verdade?!!!!!
São as recompensas que recebemos na nossa profisão.
Parabéns nesta sua caminhada conquistando cada vez mais o seu espaço.
Que Deus te abençoe e a faça muito feliz.
Tenho imensa alegria de te rever pois sempre está radiante me contando os resultados de sua jornada.
Um grande beijo e obrigada por Deus ter colocado em vida uma aluna tão especial.
Bjs
Quanto à redação não olhe muito pois só sei história , não tenho dom .
Elaine
28 de outubro de 2010
Dia 31 está atrás porta… Tomara que nosso país possa se orgulhar do seu representante e que a nossa EDUCAÇÃO seja eleita como um dos principais investimentos do nosso governo. Um país de grandes educadores merece ter um olhar mais sério para aqueles que como nós, investimos na palavra educar.