Em 28 de maio de 2017 por admin
Ela era carnaval. Casa cheia e uma porção de comida gostosa. Um pout-pourri de música, falação alta e afeto. Em sua sala, cozinha e varanda cabiam um bloco inteiro – sempre recepcionado com sorrisos, cerveja gelada e copos no ar para celebrar a vida. Entre brindes e bate-papos, lá os nossos finais de semana e feriados ganhavam cor. Sem assuntos proibidos ou papas na língua, passávamos tardes e madrugadas a fio jogando conversa fora, relembrando histórias.
Eu cresci sob os olhos dela! Compartilhamos a vida e colecionamos momentos de todos os tipos. Férias e finais de semana na fazenda, 27 natais, páscoas, aniversários e viradas de ano. Muitos domingos, café da manhã com mesa cheia e cadeiras extras. Cabo Frio, Guarapari, farras no Cuta e Olívia, na Lira e no Dona, sociais na casa da minha avó. Delícias do caderno de receita da família, almoços, lanches, blocos de carnaval, festas. O Tá Quem Guenta, o Carangola Bãodimais, o dia amanhecendo no Peri, a barraca na Exposição, os encontros do Leão Chopp Clube – o último que curtimos juntas… Ah… Como ela era nossa! Minha e de todos os meus amigos. Em sua casa sem lei, sempre fazíamos esquentas que, muitas vezes, eram melhores do que a própria festa. Marcinha era minha parceira de dança na família, colocava os braços pro alto e rodava comigo sempre quando nossas músicas preferidas tocavam.
Bem humorada, minha tia era pessoa simples, de pouca vaidade e orgulho à flor da pele. Desbocada, escrachada e barraqueira quando via necessidade, também era de uma fé imensa. Trabalhadora incansável, multitarefas. Grande mulher, esposa, mãe, tia, irmã, filha, amiga. Viveu para ser mãe! Cuidar, acobertar e fazer todas as vontades dos seus filhos. Fazia as minhas também! Não à toa, eu ganhava frango com quiabo sempre que vinha aqui a Carangola. Quando fui embora, todos os domingos ligava para falar com meu casal 20 – preferidos da vida. Sabe o que é? Quando eu crescer quero a sorte de um casamento lindo igual ao relacionamento que construíram: cheio de respeito, parceria, amor, troca e companheirismo.
Dags morria de rir com meus amores imperfeitos e adorava quando eu implicava com as meninas que iam à sua casa e eu não conhecia. Minha tia era meu amor! Sempre será! Gostava de me ver voar e me dizia sempre: você sabe viver, Jana. Aprendi tanto com ela! Tia Má cuidou de mim quando minha mãe foi se tratar em São Paulo e foi ela quem injetou vida à Jandis através de um transplante. Eram 100% compatíveis – falava com orgulho!
Junto com meu tio e seus três filhos, ela morou em muitos lugares. Eu fui a todas as suas casas e, embora diferentes, tinham sempre a mesma essência: lar alegre, de braços abertos para receber com fartura amigos e nossa grande e amada família. Por sorte minha, em 96 ela mudou para Carangola e pudemos ficar mais pertinho. Minha casa ganhou extensão e eu vivia “lá na tia Má” ou “lá em baixo”. ´E que a casa da minha tia sempre foi minha também. Quando eu era criança, tio Mariano até brincava que ia fazer uma escada para conectar meu quarto ao da Nath. Como moramos em um prédio só da família, acabamos desenvolvendo uma linguagem própria: os gritos peculiares entre janelas, escadas e varandas – que enchem de vida as nossas casas. Além dos recados e conversas informais, criamos também o escambo do “rádio-corredor”, a cestinha que desce e sobe nas janelas sempre que falta algo na cozinha, ou queremos ser gentis de forma preguiçosa.
Tão difícil pensar nisso tudo e em tantos outros momentos e sentimentos sem ela. Muito louco pensar em nunca mais ganhar seu abraço e seu sorriso. Nosso desafio agora é escrever novas histórias em sua nova casa e em nossa nova vida. MINHA TIA é nosso amor e estará para sempre pulsando aqui dentro. Seguiremos sem você fisicamente daqui pra frente, na certeza de que está em paz, ao lado de tia Fá, Mané Pedro, Tia Susuca, Tia Lelê, Fernando, Vovô Pedro, Vó Zizinha, Tia Raquel e tanta gente querida nossa que partiu para outro plano. Nosso amor é bem maior do que essa vida aqui!
Gratidão eterna por ter tido a sorte de nascer sua sobrinha.
JANA LOURENÇO COIMBRA
Da minha janela continuo vendo sua casa. Meu coração sinaliza tempo bom… Seu recado está dado: sua história de esposa, mãe, irmã, filha, tia e amiga será sempre um Sinal do Céu para cada um de nós que convivemos com você… Vejo que você nunca foi minha doadora exclusiva, como sempre pensei e me orgulhei, mas foi doadora de muitas e muitas pessoas. Você doou alegria, o Dom de Deus mais sublime e iluminado… Esse será sempre seu Sinal para nós. Uma herança fantástica nesses dias virados de cabeça para baixo: Você viveu e transmitiu, como ninguém, a alegria e a satisfação plena de ser mãe e esposa. Impecavelmente AMOROSA. O tempo todo. Farás muita falta por aqui. Te amamos! JANDIRA MACHADO LOURENÇO
Dagmar era alegria contagiante, sorriso aberto, gargalhada intensa, coração em festa! Dags era abraço imenso, humor refinado, puro afeto! Mãos generosas que preparavam delícias e mesa sempre posta, mãos que acolhiam aqueles que à sua casa chegavam, mãos que erguiam brindes e distribuíam afagos. Voz inconfundível, personalidade marcante, presença inesquecível. Ela sempre estará em nós… HELEN QUEIROZ
Ela veio ao mundo pra ser mãe! Mãe de três filhos vindos do seu ventre e de tantos outros mãe de coração! Ah, Dagmarzinha! Quantos órfãos do seu amor, do seu colo, dos seus conselhos, do seu carinho, do seu sorriso, do seu abraço sempre pronto pra nos acolher! Quisera eu que fosse um pesadelo! A Saudade vai ser pra sempre e a certeza de que você vai continuar olhando por nós, também! Sempre te tive eternizada em mim em todas minhas andanças… Mas entre idas e vindas estava você a me esperar com tanto amor e carinho! Que você descanse pra essa vida e tenha lindos reencontros aí em cima! Seguiremos com muita saudade, com mesmo amor de sempre e as lembranças do exemplo de mulher, mãe, amiga tão incrível!! Te amo sempre e pra sempre! LUANA LIMA
Dagmar, Dagmarzinha, Dags… Uma amiga de coração grande, que tinha sempre um sorriso, um abraço, uma palavra de carinho. Uma mulher que enchia a casa de alegria e de gente. Na sua mesa tinha um lugar para todos os amigos. Uma mãe generosa, de bem com a vida que sempre acreditou ” que viver é não ter a vergonha de ser feliz”. Naquela mesa, vai ter sempre uma saudade sua. ELAINE AZEVEDO
Vytvorit osobn’y úcet
12 de março de 2024
Thank you for your sharing. I am worried that I lack creative ideas. It is your article that makes me full of hope. Thank you. But, I have a question, can you help me?
Claudia Sobral Ramalho Coletta
6 de outubro de 2017
Comentei sobre este lindo texto em outro veiculo, pois nao apareceu aqui. Agora me faltam palavras, para comunicar meu imenso sentiment de pezar e solidariedade a essa familia tao amada. Que Deus receba a menininha lourinha e doce (e’ assim que me lembro da Dagmar)que se tornou uma mulher tao importante na vida dessa gente querida e que essas lindas lembrancas os consolem nesta hora tao triste.
Fernanda Ramalho-Sipsma
28 de setembro de 2017
E sempre dolorido perder quem a gente ama…
Convivi poucos anos com Dagmar, pois me mudei de Carangola ainda garota e voltei la poucas vezes, o que e uma pena, porem, ela e parte da minha familia, uma familia linda que tenho muito orgulho em pertencer. Que Deus de a todos que ficaram, muita forca pra continuarem a viver sem a presenca fisica de Dagmar. Tenho fe de que seu espirito estara sempre junto dos que a amam. Descanse em paz e por favor, continue a nos enviar a todos, a sua luz.
bela mergh
28 de setembro de 2017
Meu Deus do céu ! Melhores descrições não há ! Melhores recordações não há ! Melhores momentos nao tiveram !!!!! Aquela mesa cheia , aquele entra e sai com a porta da cozinha sempre aberta .. aquela voizinha Dela dizendo “oh viviannne” …. a gargalhada , a alegria, a barraca !!! O que fica são saudades , e momentos eternizados no meu coração ! Obrigada por ter podido viver tudo isso com ela !
Nydia
28 de setembro de 2017
Quanta coisa bonita meu Deus. Não nem o que falar dessa família linda
Joca
28 de setembro de 2017
Gente, quanta gente bonita. Gente que identifica gente! Gente que sabe descrever gente! Ah, se está gente toda conseguisse transmitir esta “gentisse” a toda esta toda esta gente de por aí, que não tem a menor noção do que é ser de verdade, gente. Um beijo grande gente.