Em 12 de setembro de 2014 por Renan Menicucci
Deixo em Carangola a infância ralada, a adolescência comentada, a juventude oprimida e a velhice esquecida.
Deixo em Carangola as ruelas repletas de lembranças, as boêmias fracassadas e as missas infinitas
Deixo o Mixirica lotado, o Interact marcado e o Demolay atrasado.
Deixo as velhas beatas em procissão, o badalar do sino das capelas e o cheiro do pão.
Deixo em Carangola meus amores, meus sabores e os excessivos calores.
Deixo o povo, o coro e o coreto. Os pipoqueiros, alfaiates e costureiras.
Deixo o berço, o terço e o cabresto.
Deixo em Carangola os amigos, inimigos e os mosquitos.
Deixo tudo o que passou e dou espaço para o que vai chegar.
Mas, sobretudo, deixo a porta aberta para poder voltar.
Christian Escolarique
12 de setembro de 2014
Ficou fera Renan, maneiro mesmo