Em 23 de fevereiro de 2015 por Otávio Ferreira
A proposta de fomentar e reativar a cultura carangolense levada a cabo pelo Coletivo CulturAÇO teve ontem, 22 de fevereiro, sua première. O Coletivo composto por Camila Monteiro de Lima, Ludimila Beviláqua Fernandes Terra, Mônica Pimentel, Paulo Bevilacqua, Rafael Fava Belúzio, Reges Ferreira, Renan Menicuci, Thiago Assis e Vagner Castro trouxe aos carangolenses uma mistura de experiências artísticas que tinham por objetivo conduzir ao pensamento crítico sobre a situação cultural da cidade.
Talvez o destaque do evento, a exposição de fotografias de Camila Monteiro de Lima com intervenções dos artistas plásticos Paulo Bevilacqua e Thiago Assis apresenta um olhar crítico sobre pontos principais do processo de estagnação do desenvolvimento econômico, politico e cultural da cidade.
Do mesmo modo, a instalação desenvolvida por Vagner Castro, através do manequim que tocava Titãs remetia ao fim do marasmo cultural na cidade, expresso nas palavras do Manifesto:
“Não queremos só comida, queremos comida, diversão e arte. Não queremos só Carnaval e Exposição. Queremos Carnaval e Exposição e Teatro na praça e Dança na rua e Biblioteca Pública e Sala de Cinema e Galeria de Arte e valorização da Arquitetura municipal e…Queremos você! Participe! Manifeste!”
De modo bastante criativo a arte literária foi representada por Mônica Pimentel com ‘poesia ao pé do ouvido’, quando o público experimentava a poesia dita na hora através de um mecanismo simples improvisado pelo Coletivo: uma espécie de cano foi usada como instrumento de condução sonora. Havia também uma estante com livros e crônicas de autores locais, os quais poderiam ser manuseados e lidos, oferecendo um contato do público com a literatura carangolense tão pouco ventilada.
O que destaca nas atividades do Coletivo é o fato de o evento ser organizado por artistas de diferentes campos, que, contudo, souberam usar da intermidialidade e tecer um diálogo artístico comum e não segmentado. Nas propostas havia um quê de pluralidade, que faz desse evento uma opção cultural antenada com a modernidade em curso. O evento contou também com a participação especial da pianista Terena Marques, que representou os músicos locais. A proposta de interação e participação do público foi bem sucedida, mostrando que ao povo interessa a arte, não só comida, pois não só de pão e circo vive o povo, mas de algum espírito também.