Em 11 de maio de 2012 por Jana Coimbra
Deixar de fumar foi, com certeza, o maior desafio da minha vida adulta, pois vivi às voltas com o cigarro por mais de trinta anos, amando-o e odiando-o, de forma submissa, me expondo aos seus males. Em julho de 2011 consegui me libertar desse vício sórdido, após várias tentativas e uma cruel luta pessoal. Acho que consegui pelo fato de ter buscado ajuda. Percebi que eu era doente, uma tabagista inveterada e, mais do que vergonha na cara, como muitos sugerem, precisava de um auxílio médico. A médica me levou ao Champix, medicamento que foi de extrema importância nesse processo, mas 50% do sucesso dependeram de mim. Além do remédio, fiz uma lavagem cerebral, li o livro “Pare de Fumar Para Sempre”, do autor Martin Raw, e tudo de ruim sobre o cigarro, em inúmeros sites de ajuda aos tabagistas, e o que não falta são dados negativos. Após apenas um mês de tratamento (o tratamento todo dura cerca de três meses), consegui me libertar do cigarro.
Deixar de fumar, porém, não foi gratuito, junto com a melhor qualidade de vida, ganhei seis quilos, de modo que comecei a perder todas as minhas calças jeans. Um tormento para qualquer mulher. Quase acomodei nessa nova condição, pois tentava me convencer de que com a idade o corpo muda, ganha-se peso, enfim, é assim mesmo, não seria para sempre magra.
Entretanto, além do ganho de saúde e financeiro, parece que houve o acionamento de uma alavanca que talvez estivesse meio travada em mim. A sensação de vitória foi tão grande, que minha vida toda se transformou num grande desejo de mudança, de superação. Se eu fui capaz de vencer meu vício, eu seria capaz de muitas outras coisas. Eu poderia “me” vencer em muitas outras coisas. As maiores oposições são sempre estabelecidas por nós mesmos.
Não quero ser a mesma pra sempre, nem poderia, o tempo tem sua ação sobre mim, mas quero ter o poder de interferir no que estou me transformando. E um novo desafio instaurou-se: perder peso. Estou nesse processo agora, e em pouco mais de um mês, após uma mudança de alimentação, direcionada por uma nutricionista – pois acredito que sempre que possível deve-se buscar ajuda especializada, não somos obrigados a resolver nossos problemas sozinhos se podemos buscar ajuda – e uma rotina diária de exercícios físicos, quatro quilos foram para o espaço. E vou eliminar os outros que ainda faltam, acredito.
Esse novo sentimento me impulsiona a seguir em frente, e um antigo sonho veio a calhar: aprender a tocar violão. Matriculei-me na Escola de Música de Campanha e estou feito criancinha, aprendendo o beabá do instrumento, feliz da minha vida.. Além disso, continuo a estudar, sou uma especialista na área de Letras (Língua Portuguesa e Literatura Brasileira), e meu próximo desafio é concretizar-me professora. Uma boa professora.
Percebi que todos esses desafios me deram vida nova, entusiasmo. Quem ganha com isso? Eu mesma, claro, mas também todos aqueles que me acompanham de perto e se sentem de alguma forma estimulados com minhas experiências. Dia desses conversando com uma colega da academia, ela contou ter deixado os estudos muito nova para se casar. Hoje, aos 37 anos e uma filha de cinco, ela se ressente de não ter estudado mais. Contei a ela que entrei na faculdade aos 17 anos, mas abandonei. Somente aos 36 anos é que fui de fato começar uma faculdade, depois de passar 10 anos nos palcos cantando, achando que esse seria meu ofício por toda a vida. Não, não foi. Vi surgir um brilho em seus olhos, como quem tem uma grande ideia. Em poucos minutos ela se convenceu de que poderia retomar o sonho de estudar, retomar as rédeas de sua vida. A gente sempre pode.
Deixar a música como profissão não quer dizer que eu não possa mais cantar. Posso cantar sim. Na minha casa, entre amigos, acompanhada do “meu” violão, esse que estou aprendendo devagarzinho, humildemente. Tenho a vida toda para aprender. Aprendi que os sonhos mudam, o importante é que outros desejos surjam. Sinto-me um pouco retardatária na vida, confesso, mas quem disse que os prazos são os mesmos para todos? Sorte de quem se realiza cedo. Mais sorte ainda de quem se mantém aberto às mudanças da vida. Cada um tem seu tempo de realização, só não se pode parar. Nossos sonhos são, no fundo, grandes desafios para nós mesmos, mas também aliados, pois são eles que nos movem. Se deixarem de existir, é porque a vida parou, a graça acabou. E há tanto ainda a sonhar, a realizar… É nisso que eu acredito.
Rita de Cássia Ferreira de Oliveira Almeida. De Campanha, sul de Minas Gerais.
Reynaud Torres
28 de maio de 2012
“Eu prefiro ser. Essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião. Formada sobre tudo”. Já dizia Raul Seixas. Sucesso sempre. Abraços…
Reynaud Torres
28 de maio de 2012
“Eu prefiro ser. Essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião. Formada sobre tudo”. Já dizia Raul Seixas. Sucesso sempre. Abraços…
Elaine
23 de maio de 2012
Quantos sonhos? Quantos desafios? Viver o dia a dia já é um grande desafio. O meu, o seu, o de todo mundo. Acordar, sonhar, viver… O desafio de ser feliz e que nos move todos os dias. Beijos e novos e desafios sempre!
Elaine
23 de maio de 2012
Quantos sonhos? Quantos desafios? Viver o dia a dia já é um grande desafio. O meu, o seu, o de todo mundo. Acordar, sonhar, viver… O desafio de ser feliz e que nos move todos os dias. Beijos e novos e desafios sempre!
Mônica Conde
13 de maio de 2012
Adorei amiga, bem sua cara esse texto. Acreditar sempre, sempre e sempre, que tudo podemos e que tudo é possível.
Beijos e saudades.
Mônica
Mônica Conde
13 de maio de 2012
Adorei amiga, bem sua cara esse texto. Acreditar sempre, sempre e sempre, que tudo podemos e que tudo é possível.
Beijos e saudades.
Mônica